Mapeamento e monitoramento das áreas de risco do DF

 

Introdução

Este projeto delineia uma abordagem estratégica para o desenvolvimento de uma metodologia robusta e confiável de mapeamento e monitoramento de áreas de risco no Distrito Federal. O objetivo central é conceber um sistema que não apenas identifique e avalie os riscos de forma eficiente, mas também forneça soluções práticas e acessíveis para a gestão e mitigação desses riscos. A iniciativa é impulsionada pela necessidade de proteger as comunidades vulneráveis, minimizando o impacto potencial de desastres naturais e ambientais. As ações planejadas são fundamentais para prevenir a ocorrência de tais eventos ou, no mínimo, reduzir suas consequências sobre a sociedade afetada, promovendo, assim, a economia de recursos.

Com o atual aumento progressivo e descontrolado da população urbana, observa-se também o aumento dos diferentes tipos de riscos urbanos e a deterioração ambiental. Como consequência, a United Nations Office for Disaster Risk Reduction (UNDRR) destaca cinco orientações para prevenção de riscos no documento Hyogo Framework for Action 2005-2015: Building the Resilience of Nations and Communities to Disasters (Quadro de Ação de Hyogo 2005-2015: Construindo a Resiliência das Nações e Comunidades às Catástrofes), dentre elas, identificar, avaliar e monitorar as áreas com risco de desastre e melhorar o sistema de alerta à população (UNDRR, 2007).

A Cartografia Geotécnica aplicada ao Planejamento Urbano mostra-se como um importante instrumento de apoio à tomada de decisões. O objetivo das cartas geotécnicas é estudar as características do ambiente para o planejamento e construção de obras de engenharia.

Entretanto, a escala temporal dessas cartas muitas vezes não acompanha a velocidade da dinâmica territorial, pois o processo de produção de tais documentos e relatórios demanda tempo, conhecimento e altos custos operacionais.

Nesse contexto, o Brasil, após os desastres naturais de 2008 e 2011 em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, criou a Lei 12.608, de 10 de abril de 2012 que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC), dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil (CONPDEC) e autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres (Brasil, 2012a).

Segundo Silva Junior (2019), nesse sentido, as Aeronaves Remotamente Pilotadas (Remotely Piloted Aircraft – RPA), também denominadas Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) ou popularmente drones, são dispositivos de uso cada vez mais frequentes na realização de vários tipos de atividades, tais como serviços de monitoramento e controle, aquisição de dados aerofotogramétricos, entre outros. Tratam-se de plataformas dotadas de asas fixas ou rotativas, que podem ser operadas por controle remoto ou executar roteiros de voo predefinidos (missões programadas). No presente projeto de pesquisa, utilizam-se ambos os termos RPA (termo oficial para uso não recreativo) e drone (termo popular) para designar as aeronaves remotamente pilotadas que transportam os sensores de imageamento (câmeras fotográficas).

Portanto, o uso de ferramentas que permitam uma melhor visualização do território tornou-se objeto de pesquisas acadêmicas visando apoiar os gestores nas tomadas de decisões. Isso resultou no desenvolvimento e ampliação dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG).

Com um foco prioritário no desenvolvimento de uma metodologia que seja validada, simples e objetiva, aspira-se a criar um modelo facilmente replicável para outras regiões em situação similar. O esforço conjunto para identificar, avaliar e controlar riscos ambientais e sociais é vital para estabelecer procedimentos eficazes de prevenção e ações de resposta. A implementação dessas medidas não só fortalece a infraestrutura urbana e a capacidade de resposta da comunidade, como também resulta em uma economia significativa, evitando gastos excessivos em recuperações pós-desastres. Desta forma, o projeto contribui para um desenvolvimento mais seguro e sustentável, alinhando a preservação da vida humana e do meio ambiente com o progresso econômico e social do Distrito Federal.

Com relação às diretrizes para avaliação da suscetibilidade a deslizamentos, ameaça e zoneamento de risco para o planejamento do uso do solo, Fell et al. (2008a), tratam das definições e terminologias principais tais como deslizamento, suscetibilidade ao deslizamento, ameaça, elementos em risco, vulnerabilidade, risco e zoneamento. Importante ressaltar que para Fell et al. (2008b), os inventários de deslizamento são realizados com base nas consequências observadas na natureza, entretanto também podem ser feitos com certo grau de interpretação, baseados em atributos identificados em fotografias aéreas ou mapeado em campo.

Para Sobreira & Souza (2012) e Souza & Sobreira (2014), suscetibilidade é a possibilidade de ocorrência de processos geodinâmicos que ocorram naturalmente ou por consequência das formas de uso e ocupação do meio físico e a aptidão à urbanização pode ser definida como a capacidade que os terrenos possuem para suportar os diferentes usos e práticas da engenharia e do urbanismo, minimizando os impactos e aumentando a segurança.

Sobreira & Souza (2012) definem o modelo de Detalhamento Progressivo em níveis sequenciais relacionados com a suscetibilidade (fase geral), aptidão à urbanização (fase intermediária) e risco (fase de detalhe).

Vale destacar que, em uma incisão erosiva, tipo voçoroca por exemplo, são vários os mecanismos que podem atuar contribuindo para a evolução desse risco. Todos esses mecanismos, quando associados às características específicas do solo, do relevo, da vegetação e da atuação antrópica, podem desencadear a ocorrência de processos erosivos intensos, podendo levar a desastres e demais eventos geodinâmicos.

 

Objetivo

 

Elaboração de uma metodologia detalhada para o mapeamento eficaz das áreas de risco, com o propósito de identificar potenciais ameaças e avaliar a vulnerabilidade dessas regiões. Esta abordagem inclui o monitoramento contínuo de aspectos hidrológicos, meteorológicos e geológicos, garantindo uma vigilância abrangente e considerando o detalhamento progressivo. Além disso, é vital manter a população bem informada sobre os riscos existentes, a possibilidade de eventos extremos e os procedimentos de prevenção e resposta rápida. Nesse contexto, a realização de simulações práticas emerge como uma ferramenta crucial para preparar a comunidade a agir eficientemente em situações de emergência.

Edital de Seleção de Bolsitas

 

Perído de inscrição: de 04 a 08/03/2024 - Tabela de Pontuação

 

Classificação após análise curricular - Resultado Preliminar

 

1. Naiara Guimarães de Oliveira Porto -  95 pontos;

2. Samara Sotero G. Camico - 90 pontos;

3. Wender Camico Costa - 85 pontos;

4. Pedro Praia Fiuza Dias Pinto - 85 pontos;

5. Lívia Silva Brandão - 80 pontos;

6. Jansen Zanini Martins -  70 pontos;

7. Bruno Presley Junio Silvestre Rocha - 50 pontos.

 

Os(As) participantes que desejarem recorrer em face dos atos do julgamento da presente seleção deverão manifestar sua intenção via e-mail (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.), no prazo de 01 (um) dia útil após a publicação do resultado preliminar.

 

14/03/2024 - Resultado Final do Processo de Seleção

 

1. Naiara Guimarães de Oliveira Porto -  95 pontos;

2. Samara Sotero G. Camico - 90 pontos;

3. Wender Camico Costa - 85 pontos;

4. Pedro Praia Fiuza Dias Pinto - 85 pontos;

5. Lívia Silva Brandão - 80 pontos;

6. Jansen Zanini Martins -  70 pontos;

7. Bruno Presley Junio Silvestre Rocha - 50 pontos.